OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


21.11.06  

Reformas, sim. Mas as certas.

Sampaio Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, tem toda a razão: o corte orçamental de 15%, o maior de sempre nas universidades, contradiz a propaganda governamental sobre a "excepção" da área da ciência e ensino superior. Segundo o reitor, na SIC-N, 30 milhões de euros seriam suficientes para manter as universidades acima da linha de água; 120 milhões foram canalizados para os acordos (desejáveis, não é isso que está em causa) com o MIT e a Carnegie Mellon.

Ao mesmo tempo que Bolonha - que deveria ser uma mera adequação para permitir o trânsito e as equivalências no espaço europeu - se está a tornar num cavalo de Tróia para outras coisas (massificação, mercadorização, proletarização...), o governo não moveu um milímetro no sentido de fazer 3 reformas fundamentais: a do modelo de gestão das universidades; a do estatuto da carreira docente universitária; e a da rede universitária nacional.

Não tarda é altura de começar a pensar, pela primeira vez em mais de 10 anos, numa longa e dura greve no ensino superior. Uma greve que assuste, por exemplo, o MIT e a Carnegie Mellon...

mva | 21:36|