15.5.07
Câmara clara
1. António Costa é ministro da Administração Interna e número 2 do governo. Este ministério tutela o Governo Civil de Lisboa. O Governo Civil de Lisboa marca as eleições para 1 de Julho. António Costa é enviado pelo primeiro-ministro, pelo governo e pelo seu partido para candidato à presidência da CML. A data de 1 de Julho prejudica objectivamente as candidaturas independentes. Nestas coisas não basta ser, é preciso parecer. E a própria designação do ministro para prtesidente da Câmara - ainda que legítima, e independentemente das qualidades do candidato - é aparelhismo no pior sentido do termo. Ainda não é desta que o PS me convence...
2. Os partidos de esquerda não souberam ou não quiseram fazer uma coligação. Se calhar, ainda bem, a julgar pelo que me lembro do PS e do PC quando passei pela Assembleia Municipal... No quadro actual, as candidaturas independentes têm um interesse acrescido. Sá Fernandes, cuja candidatura anterior não apoiei, demonstrou não ter caído no populismo de advogado de causas e cumpriu um papel importante na denúncia do estado do município. Tem agora, todavia, o peso do Bloco às costas.
3. Helena Roseta é sem dúvida a melhor surpresa da pré-campanha. E é a mais prejudicada pela data das eleições. Muitos de nós que, à esquerda, também estamos desiludidos com os partidos e os seus aparelhos, achamos que o ideal seria ela unir esforços com Sá Fernandes, construindo uma candidatura de equipa, sem aparelho partidário (curiosamente menos fundamental numa campanha que vai durar apenas uma semana) e virada para a cidadania deste município.
mva |
11:48|
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