OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


18.4.07  

Grandes Portugueses

A secção "Insólito" do último número do Courrier é largamente dedicada ao pénis. Não a pénis comuns, mas aos pénis de figuras poderosas. Ficamos a saber que na Roménia se prepara o restauro e conservação do resto mortal peniano de um famoso bandido chamado Terente, "famoso pela sua crueldade". Aparentemente, não era só a crueldade que lhe dava fama, mas também 22 cm de excrescência. Ficamos também a saber que algures nos EUA se conserva o pénis do imperador Napoleão (o que "violou" Portugal), e em relação ao qual o conservador de um museu erótico de São Petersburgo diz ser "um feijão verde [que] não chega aos calcanhares [!] do nosso órgão de 30 cm". Refere-se o senhor da ex-Leninegrado (não consta que o pénis de Lenine seja cultuado...) ao pénis de Rasputine, também conservado. Um bandido, um imperador e um manipulador viram os seus pénis conservados: três pedaços de carne morta para recordar o falo dos seus pretéritos poder e a violência.

E agora, a pergunta maldosa - porque também temos direito à nossa museologia peniana - sobre as relações entre falocentrismo, poder, e violência: qual o melhor (o maior?) candidato a Grande Português?

mva | 10:33|