OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


11.4.07  

Duas a três coisas

«(...)Veja-se, aliás, o modo espantoso como Ricardo Dias Felner inicia, no mesmo número do Independente, perdão, do Público, o seu artigo sobre o caso em causa: “Quando José Sócrates se dirigir aos portugueses para lhes demonstrar que tem uma licenciatura regular…”. Se isto não é inversão do ónus da prova, não sei o que é tal coisa.Ora o problema que se coloca com a inversão do ónus da prova nos “casos mediáticos” é que fere de morte o Estado de direito, sacrificando a liberdade ao despotismo. É pois uma questão de Estado, e das mais graves, que está em causa na sucessiva construção de episódios políticos como o que JMF refere no seu editorial de hoje no Independente, perdão, no Público (...)» (Rui Pena Pires, Canhoto)

Rui Pena Pires até pode ter alguma razão na questão do ónus. Mas esquece duas ou três coisas bem mais importantes: 1) um papel fulcral da comunicação social em democracia é vigiar o poder; 2) não estamos a falar de um cidadão comum, mas do primeiro-ministro. O problema central não é, de todo, "a construção de episódios políticos".

mva | 11:50|