OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida |
27.3.07 Não, a "vitória" de Salazar num concurso televisivo nada tem a ver com a suposta falta, no ensino da História, da promoção de figuras nacionais heróicas. Disso já tivemos que bastasse. Tiveram-no nomeadamente muitas das pessoas que votaram Salazar. Aquilo de que temos falta é de algo que todas as narrativas nacionais precisam: de uma estória sobre um período obscuro do qual o presente nos tirou. O pós-25 de Abril não ligou nenhuma a Salazar, ao Estado Novo, à ditadura, à guerra colonial... Não fez um museu - a la museu do holocausto - por exemplo. Não definiu o período salazarista como um período de vergonha nacional - nos manuais de História, por exemplo. Salazar "ganha" porque se falou pouco dele - e pouco mal. Varrer a poeria para debaixo dos tapetes sempre foi o traço mais marcante do "carácter" nacional. Nas casas e na política -no privado e no público.
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