OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


28.2.07  

Produções independentes

Estou fascinado com o caso Universidade Independente. Fascinado com a dimensão ficcional da coisa. Em Portugal, sempre que se descobre um "caso", descobre-se um guião que tem quase sempre os mesmos ingredientes (falsos ou verdadeiros, pouco importa para o espectador deliciado): há sempre piscinas e casas; há sempre casas em nome de filhos e filhas e cunhados e cunhadas e... - muita família, em suma; há sempre carros e "chóferes"; há sempre Angola e ministros angolanos; há sempre alusões a diamantes, quando não a drogas ou armas; há sempre advogados; há sempre muita gente com a consciência tranquila (que deve ser um comprimido de venda livre); há sempre muita linguagem sofisticada seguida de rapídissimas quedas para o chinelo; há sempre o recurso a uns seguranças cujas fronteiras com os skinheads são muito ténues; há sempre muito gel no cabelo e gravatas de nó grosso. É divertidíssimo. Divertidíssimo e muito triste, como convém a uma boa tragicomédia. Ai Fernão, Mentes? Minto....

mva | 11:33|