OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


9.11.06  

Já não se atura a viatura

Carros, carros, carros, carros. Fim de tarde na Av das Forças Armadas esperando autocarro é como estar dentro dum carro com uma mangueira ligada ao tubo de escape. E cada carro que passa tem uma criaturinha, uma só, lá dentro. Carros e mais carros e mais carros pode até ser crescimento, mas desenvolvimento não é com certeza. Pelo menos com D grande. Só vi tantos carros em cidades como Caracas e quejandas. E hoje mesmo ouvia não-sei-onde que em Goteburgo, a segunda cidade da Suécia, 50% das deslocações casa-trabalho-casa já são feitas a pé, de bicicleta ou de transportes públicos. Quando chegaremos ao ponto em que a maioria comece a achar que é prestigiante ("desenvolvido", "europeu", "avançado", e outros epítetos para uma apresentação de si positiva) não andar de carro? Sim, porque só pela "consciência" não se chega lá... E quando conseguirão as entidades dos transportes públicos convencer a maioria de que eles já não são o horror que eram há, por exemplo, 10 anos atrás?

mva | 17:52|