OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


25.11.06  

Das redes, da tribo dos antropólogos e da pequenez do mundo

A, antropóloga em Chicago, telefona a B, este vosso escravo, em Portugal e diz-lhe que C é uma amiga sua, antropóloga como A e B. C vem passar uns tempos em Portugal e A gostaria que B e C se conhecesssem. Semanas depois, D, amiga de B (mas que não conhece A, nem é antropóloga), telefona a B para lhe dizer que ele talvez gostasse de conhecer uma antropóloga americana, mãe de uma colega da sua filha. Trata-se, é claro, de B. Mais ao menos ao mesmo tempo, E, amigo de B mas não antropólogo, diz-lhe que conheceu um escritor americano, através de D, também sua amiga; e que o dito escritor é casado com uma antropóloga interessante, C. Semanas depois, F, antropóloga amiga quer de B, quer de E, faz uma festa de anos. C escreve um mail a B, dizendo-lhe que se apercebeu que vão estar na mesma festa. F e C com certeza conheceram-se no meio antropológico, pressupõe B. No dia da festa, todavia, G, outro antropológo, telefona a B para dizer que também vai à festa de F e que leva uma vizinha, antropóloga americana, que com certeza B gostaria de conhecer (juntando a informação de que a filha de C vai mudar de escola, da da filha de D para a da filha de G). É provável que G tenha conhecido C através de H, antropólogo na faculdade onde C está de passagem (H não conhece D nem muito menos E, no entanto).

Infelizmente A só chegará a Lisboa em Dezembro, pelo que não se poderá fechar o círculo na festa de F.

mva | 14:14|