OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


4.10.06  

Adeus, coronel

Esta é uma grande notícia para a minha querida Bahia (via Canhoto). Nem é preciso fazer uma grande análise sobre a estrutura de classes ou o sistema económico baiano, ou sequer uma análise do "coronelismo pós-moderno" de António Carlos Magalhães e do seu sucessor Paulo Souto. Basta pensar na simbólica do espaço e serviços públicos. Não imaginam o sufocante que é chegar a central de camionagem após central de camionagem, num périplo pelo interior baiano, e ver que uma grande parte delas se chama "António Carlos Magalhães". Até o aeroporto de Salvador tem o nome do filho do coronelão.

Acontece, porém, que por cá comecei a ver surgir o mesmo tipo de coisa, agora que 30 anos de democracia à portuguesa já permitiram o surgimento de coronéis autárquicos portugueses. Talvez os leitores tenham exemplos que possam enviar: obras que levam o nome do autarca, ruas com nomes de pessoas vivas (algo até há pouco praticamente "proibido" em Portugal). Em tendo, enviem para este blog.

PS: Não se qualifica exactamente como exemplo do acima dito, mas há qualquer coisa de bizarro em chamar "Sá Carneiro" ao aeroporto do Porto. Não é propriamente inspirador de segurança aérea...

mva | 09:17|