OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


2.8.06  



Ditadores & quejandos

Fidel Castro anuncia, para todos os efeitos, que passa o poder ao seu irmão. É engraçado como um regime "socialista" institui a monarquia (não é caso único, já tinha acontecido na Coreia do Norte).

Os senhores do regime de Teerão visitam o Líbano. Vestem todos casaco de fato, mas uma camisa branca sem colarinho e sem gravata. É engraçado como as utopias por decreto inventam sempre regras de indumentária (não é caso único, já tinha acontecido na China).

Alberto João Jardim especializou-se na linguagem arruaceira em contexto de romaria. É engraçado como os autocratas (que, por definição, acham que são os únicos que sabem fazer as coisas) precisam de alimentar o pior das "massas" para sobreviverem.

PS: Acho errado achar-se graça e encolher-se os ombros face a Jardim; como é errado achar-se simplesmente que Bush é tonto. Nem um nem outro são burros. São é perigosos. E acho errado apelar-se - mesmo que em tom de brincadeira, claro - à independência da Madeira para "nos" vermos livres de Jardim. Porque o "nos" inclui os madeirenses. Precisamos, isso sim, de nos tornarmos (todos os portugueses) independentes dos Jardins. Ele ganha eleições? Sim. Mas como? E diz ou não diz - e faz ou não faz - coisas que já deveriam ter levado à acção das "instâncias competentes" (a começar pelos presidentes da república)? Rir das suas alarvidades, desculpando-as como tonterias, e alienar os madeirenses brincando com a ideia de independência, é perpetuar o jogo político de Jardim.

mva | 17:34|