OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


18.8.06  

Boas companhias

Não há como encontrar soul mates. Melhor mesmo só reencontrá-los. Este verão tenho estado, nos livros, com Paul Gilroy e Against Race, com Kwame Anthony Appiah e Cosmopolitanism, e com Salman Rushdie e Shalimar o Palhaço.

O anglo-caribenho Gilroy faz o libelo final contra a ideia de raça à luz do potencial dos conhecimentos genéticos de hoje; o anglo-ganense (e americano) Appiah explora o potencial da ideia cosmopolita; e o anglo-indo-paquistanês Rushdie demole o inferno do nacionalismo de estado e dos fundamentalismos com o exemplo de Caxemira.

Gente assim é precisa com carácter de urgência. Para lá dos bushistas, para lá dos fundamentalistas, e até para lá do folclorismo alterglobalização.

[PS. Chênu, quando as coisas são menos entusiasmantes, o pessoal gosta é de voltar-se para o passado. O primeiro passo é a lavagem, mesmo que o processo resulte num forte pivete a creolina. Fizeram-no agora com o Marcelo Caetano. Há coisas para que não há paciência: Caetano era um nhurro fascizante armado em bonzo liberalizante graças ao respeitinho parolo que se dá às universidades e aos doutores (mais numas áreas do que outras, e ele estava na certa). E não fosse o zelo dos lobbies, perdão, dos media, e ninguém se teria lembrado de que "se fosse vivo" (?!) "completava 100 anos" (!?)]

mva | 19:37|