OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


4.7.06  

Nota pós-Mário Pinto 1

Porque não gosto da expressão judaico-cristão? Porque é um caso acabado de violência simbólica, em que a segunda parte come a primeira, canibaliza-a. Elide a perseguição cristã ao judaísmo. E, num golpe de mágica evolucionista, remete as culpas daquilo que não se gosta no "judeo-cristianismo" ao judaísmo, à "origem" de todo o problema, desculpabilizando a segunda parte da expressão hifenada. Nas fogueiras da inquisição e em Auschwitz (e hoje, nos vários antisemitismos, incluíndo o português) falava-se ou fala-se em judeo-cristianismo? Nem pensar. Aí distinguem-se bem as duas palavras hifenadas.

mva | 10:48|