OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


9.6.06  



Going heart

Amanhã termina a minha estadia breve em Chicago. Já só devo postar em Lisboa, quando o jetelégue passar. Conheci este país há 432 anos atrás, mais exactamente em 1977-78 quando vivi em Baltimore como estudante de intercâmbio, frequentando o 12º ano. Voltei muitas vezes desde então até que fiquei dois anos em Binghamton, Nova Iorque, entre 1984 e 1986. Tornei a voltar muitas vezes. Em 2001 "frequentei" Boston - mais exactamente Cambridge - onde o meu companheiro (não é marido porque o estado português não deixa que escolhamos se queremos ou não ser maridos) acabava o doutoramento. E agora esta estadia como visitante na Universidade de Chicago. Os EUA fazem parte da minha vida e construiram-me quase tanto (mas menos, evidentemente) quanto Portugal. Já disse noutro sítio que me sinto em casa em Portugal, nos EUA, no Brasil e cada vez mais em Espanha e na Catalunha. Sentir-se em casa é como estar numa relação: há irritações, às vezes até odiozinhos de estimação, mas a "estrutura profunda" sobrevive. Gostar ou odiar completamente um sítio é próprio do turismo; quando se vive o sítio, necessariamente gosta-se e odeia-se, gosta-se de odiar e odeia-se gostar. É assim que me sinto em relação a todas as minhas pátrias e mátrias.
Mas, feitas as contas, já se sabe (eu pelo menos sei...): home is where the heart is (ah!, a cultura popular) E estou a horas de going heart.

mva | 02:43|