OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


2.10.05  

O dilema.



O dilema para muita gente parece ser este: como conciliar a desilusão (para não dizer o desprezo) com o estado da política e, ao mesmo tempo, não querer alinhar na perigosa demagogia do discurso anti-partidos?

Claro que me incluo na "muita gente". O panorama da classe política e dos partidos existentes - sobre o pano de fundo de um país em crise real e "ideal" - deprime-me e leva-me a querer afastar-me da "coisa". Mas desprezo igualmente o populismo e a demagogia anti-sistema, porque a História mostra que levam sempre a que piore aquilo que está mal (pior a emenda que o soneto...) - quando não abrem mesmo a porta às tentações totalitárias.

Que fazer, então? Como, apesar disto tudo, participar e exercer cidadania? Voto em branco - mas voto? Aposta em movimentos sociais, associativismo, opinion making, cidadania do "dia-a-dia" nas relações com os outros, no trabalho, etc.? E como fazê-lo quando já se apostou uma vez na política partidariamente organizada (isto é, que mensagem se passa quando se sai dela?)?

Mais sobre isto nos tempos que hão-de correr.

mva | 12:04|