OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


11.4.05  

Um pouco mais de lar.

Uma semana em Lisboa, começada ontem. A primeira constatação é, digamos, geográfica. A Primavera começa mesmo mais cedo, aqui mais a sul. É provável que pelo Alentejo se "veja" a seca, mas em Lisboa fui atacado visualmente por verdes tenros, atravessados por dourado e um céu escandalosamente azul. E essa coisa no ar e na luz que diz: isto aqui é o Atlântico.

Não fosse a arquitectura (que palavra desadequada)e este seria mesmo um local muito bom para viver. Passo o domingo num rodopio de festas infanto-juvenis (ser tio pode ser uma ocupação mais nervosa do que ser pai...), incluíndo uma ida a Sintra. Apetece passar a borracha pela dita "arquitectura IC-19" e guardar o verde e o azul. Pior mesmo, só os "utilizadores" daquele corredor. Ao longo de uns míseros 20 Km, vi quatro acidentes. No regresso, sugeriram que viesse pela A-5. Demorei uma hora por causa dum acidente, passado o qual toda a gente começou a conduzir como se não houvesse amanhã (sorry pelo anglicismo).

Para distrair, liguei a rádio, sintonizada no congresso do PSD - um digno substituto do êxtase necro-papal. Seria que as pessoas corriam a alta velocidade, num domingo, para assistirem a Marques Mendes? Haveria futebol? O IKEA estaria em saldos? O Papa teria morrido outra vez (coisas que podem acontecer por aquelas bandas religiosas)?

Vou sair à rua para cheirar o clima? Será que se nota o socialismo no ar (OK, a pergunta é maldosa)?

mva | 11:13|