OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


26.4.05  

"Novas" famílias.

A minha amiga N., de Barcelona, é, salvo seja, um dos meus "troféus". "Troféu" da persistência mútua de ambos em mantermos o contacto e a ligação desde 1977. Nesse ano éramos os dois estudantes de intercâmbio nos EUA, vivendo em duas localidades próximas em Maryland. Mantivemos o contacto, escrevemo-nos e visitámo-nos ao longo dos anos - coisa que me aconteceu com apenas mais um ou dois dos muitos outros colegas de várias partes do mundo. Agora que estou em Barcelona, ela tem sido o meu maior apoio emocional e a sua casa é uma outra casa para mim. Outro dia aconteceu um daqueles eventos à amigos de Alex - o tipo de coisa a que não sou muito dado, já que o passado não é propriamente o meu país (ou praia, ou chávena de chá, ou cena...). Outra colega nossa, francesa, a E., estava de visita, e N. resolveu também convidar o F., espanhol agora a viver na Catalunha. Foi curioso verificar - no plano estrito da "sociologia da família ou do amor", digamos - os percursos dos 4, quase trinta anos depois de Maryland: eu estava naquele jantar com o meu companheiro, que tinha vindo passar o fim-de-semana, constituindo o único casal à mesa; N. vive sozinha, depois de ter estado casada durante uns anos há bastante tempo. Está agora envolvida no processo de adoptar uma criança em Marrocos; F. esteve casado, teve dois filhos, divorciou-se, e tem tido várias relações amorosas, estando agora a iniciar uma nova; E., sem relação conjugal, estava no jantar com o seu filho adoptivo de 5 anos, oriundo do Haiti.
Devíamos ter tirado uma foto para enviar a certas pessoas...

mva | 12:09|