OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


20.4.05  

Concurso. Entrada 1.


Àqueles (o grito da liberdade)

Gente estranha... Tanta gente!
Gente cinzenta num mundo de loucos,
São eles tantos ou tão poucos,
Os que sentem o sentir que a gente sente!

Tristeza guardada em coração dormente!
Têm conversas escondidas do mundo...
São desvairados. Também pensam fundo,
E sentem o sentir que a gente sente!

E é essa gente de tão acanhada mente,
Que nos ignora com tamanho desdém,
Que sabem que sentimos nós também,
E sentem o sentir que a gente sente!

Mas eles insistem em me tomar por diferente,
Porque amo o semelhante, e eles não!
No amor deles não comanda só o coração,
Mas sentem o sentir que a gente sente!

Por isso eu assumo à estranha gente,
Que sei ser como sou, e não como querem!
Que não é por me repudiarem que me ferem,
Aqueles que sentem o sentir que a gente sente!

Bruno Torrão

mva | 20:38|