OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


8.3.05  

A saga.

A saga continua. Lá que o kit adsl da Telefónica chegou, ai isso chegou. Mas pouco depois - OK, precipitei-me, bem sei - tinha o ordenador (ai os espanholismos) tão infectado de vírus e espiões que lá se foi o entusiasmo. O desgraçado está agora numa afamada clínica barcelonesa, algures numa escura backstreet, e eu à espera, condenado a locutórios. Se tudo correr bem, ainda poderei ir assistir à preparação da manifestação de mulheres de hoje. Amanhã parto para Londres, por três dias, para uma conferência agendada há muito tempo. Assim que (olha o espanholismo outra vez) talvez os próximos dias sejam um bocadinho para o silencioso. Fins ara.

PS: Por aqui "o caso" é Maragall, presidente da Generalitat, ter dito que se sentia como uma mulher vítima de violência, por o culparem a ele por ter feito uma denúncia. Na realidade o que ele fez foi um erro de táctica política: "denunciou" que o anterior governo conservador recebia 3% dos contratos de obras públicas para financiamento partidário, mas não teve como comprová-lo (tudo isto na sequência do grande evento local que foi a derrocada de alguns prédios no bairro do Carmel, por causa de um túnel (!) nas obras de expansão do metro). Face à exigência de desculpas da oposição, pediu-as, o que o afundou ainda mais. E agora vem com esta de se comparar a uma mulher violentada - o que enraiveceu meio mundo, desde o PS estatal, até aos parceiros da coligação tripartida catalã, ERC e ICV. O Maragall tem um óbvio problema com os similes e as metáforas - e com o timing do uso destas, hoje que é dia internacional da Mulher.

mva | 11:49|