25.12.04
Mensagem de Natal.
Independentemente do que se ache sobre o assunto, a verdade é que, no Ocidente, a maioria das pessoas vive o Natal com determinadas expectativas em torno da família, do bem-estar, da reciprocidade, etc. Não importa de onde vem ou para que serve esse sentimento: as pessoas têm-no e sofrem quando as condições não são propícias. Daí que não haja Natal sem referência aos que não podem usufruir do Natal: pobres, excluídos, pessoas sós, famílias em conflito...
Mas nunca ouvi, entre nós, o rol incluir os milhares e milhares de gays e lésbicas de um país largamente armariado. A verdade é que há-de haver por aí muitas histórias de casais - namorados ou unidos de facto - separados durante o Natal devido ao armário familiar ou a homofobias mais ou menos explícitas. Que seja utópico convidar um grupo de sem-abrigo para uma ceia de Natal numa casa burguesa ainda é compreensível, pois ninguém é obrigado à crença na caridade ou ao seu exercício. Mas que seja aceite, sem hesitação, manter à distância o namorado ou a namorada dum familiar próximo (quando todos os outros casais na família estão presentes por inerência) - eis algo que faria corar de vergonha as figuras mitológicas de pais natais e meninos jesuses se aparecessem a verificar como vão as coisas...
mva |
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