OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


8.11.04  

Momento de pluralismo neste blog.

Extractos da crónica de Mário Pinto, no Público de hoje:

«Porque um simples contrato de vida em comum entre duas pessoas homossexuais é outra coisa que não matrimónio, porque não tem a função natural de gerar e criar filhos. Esse contrato pode merecer protecção em nome da liberdade e legítimos interesses reconhecidos às partes; mas não tem a mesma natureza e relevância de interesse público, porque não tem exactamente os mesmos fins - faltam-lhe os fins naturais da procriação. (...) Se a sociedade se organizasse agora na base do casamento homossexual, só duraria a presente geração. Isso não é evidente? E se se organizar na base duma plena igualdade de casamentos, quando só os heterossexuais podem gerar, há uma evidente assimetria igualando coisas com fins desiguais - e não basta que os homossexuais queiram adoptar crianças, porque se querem adoptar crianças estas só podem ser os filhos dos heterossexuais. Isto pelo menos enquanto se não separar a geração da relação heterossexual. Se um dia a geração vier a ser questão de laboratório, então a coisa muda, e será seguramente dramático.»

Mário Pinto pertence ao Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, que publica a revista Nova Cidadania, dirigida por João Carlos Espada e cujo Conselho Editorial conta com João César das Neves, Manuel Braga da Cruz, Maria de Jesus Barroso, Roberto Carneiro e muitas outras pessoas.

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