OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


1.10.04  

Zapatero, no dia em que se encontra com PSL:

P. - Declarou-se um feminista. Porquê? R. - Sem qualquer dúvida. Creio que o termómetro mais importante para avaliar os avanços de uma sociedade, o avanço da sua cultura, é o lugar ocupado pelas mulheres. Quanto mais mulheres a trabalhar, quanto mais mulheres mandando na política, mandando nas empresas, mais avançado é um país.
P. - Porque é que resolveu abrir uma guerra com a Igreja - que, como em Portugal, tem muito poder - por causa dos casamentos gay? R. - Na Espanha, as sondagens dizem que mais de 60 por cento das pessoas apoia o matrimónio de pessoas do mesmo sexo. A Igreja não está de acordo, o que é normal. Tenho um grande respeito pela Igreja Católica e pelas outras confissões religiosas, mas tenho a certeza absoluta de que uma sociedade é sobretudo um colectivo civil feito de valores públicos, onde as crenças religiosas não podem impor-se. Democracia acima da verdade. São quatro palavras da [filósofa espanhola] Maria Zembrano que gosto muito de citar. A sociedade espanhola votou um programa eleitoral que incorpora uma reforma da lei do divórcio, o casamento de homossexuais e uma reforma do ensino da religião. As pessoas votaram. O problema da Igreja Católica ou de alguns dos seus bispos não é com o Governo, é com a maioria da sociedade. Estou convencido que esta lei vai obter no Parlamento mais de 60 por cento dos votos dos deputados.


(roubado directamente do R'n'V).

mva | 11:01|