OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


22.10.04  

O maluquinho antipódico.

Desde miúdo que sou taradinho por mapas. É uma condição psiquiátrica como coleccionar caixas de fósforos ou saber os resultados do futebol dos últimos 50 anos. A ideia de saber qual o sítio mais longe do nosso onde se pode ir é atraente. Há mais simpáticos maluquinhos que se preocupam com estas coisas dos antípodas. Como já sabia, o de Lisboa é algures nas imediações da Nova Zelândia. Fui verificar e, por Neptuno!, calha exactamente no oceano, a 277 km de terra. Exactamente no centro desta grelha:



Mas felizmente há outros prestimosos loucos (link) que dizem ser possível, no jogo dos antípodas, procurar o local seco mais próximo. Foi assim que descobri este, no site do "jogo" do Confluence Project, a 25 km a Oeste de Te Awamutu, na Ilha Norte da Nova Zelândia. Eis o mapa e a foto:





O antípoda deste antípoda (!) não fica em Portugal, mas sim na Andaluzia, mais exactamente a 10 km a Sul de Villaviciosa de Córdova. Eis o mapa e a foto:





Mas é óbvio que o ponto seco mais próximo do meu antípoda líquido há-de estar mais próximo da costa do que aquele pasto de ovelhas nas cercanias de Te Awamutu. O jogo dos antípodas já não me ajuda nisto, por isso, a partir do mapa, tracei uma recta até à costa e fui dar a Kawhia (não é linda?). Parece que este sítio foi um dos pontos de chegada dos Maori, quando descobriram a Nova Zelândia/Aotearoa (portanto, "descobridores" também...).





PS: Para saber o antípoda, transforme a sua latitude na contrária (Norte em Sul e vice-versa) e subtraia a sua longitude a 180.
PPS: Gostar de mapas é uma forma de juntar racionalidade e sonho, as coordenadas e os lugares imaginados...

mva | 19:08|