OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


25.9.04  

Rentrée?

Regressei da Arrábida, do encontro sobre Masculinidades e Feminilidades. O calor de ananazes, o vento de Leste, o cheiro duma celulose e o ataque generalizado de toda a espécie de agentes alergogénicos prejudicaram a tranquilidade do retiro. Mas houve comunicações muito interessantes e, sobretudo, entusiasmo e preocupação dos participantes: toda a gente quer encontrar soluções para as desigualdades de género e toda a gente se sente prisioneira da linguagem que usa; toda a gente quer ultrapassar os estereótipos, mas toda a gente se sente prisioneira das categorias. Well, welcome to life in society... Mas, piadas à parte, é com a formulação dos impasses que se ganha energia crítica para agir.

No regresso a uma Lisboa onde se anda de calções em frente a montras que vendem cachecóis, dois eventos: o filme Cachorro, de Miguel Albaladejo.



É provavelmente o melhor produto cinematográfico disponível por aí sobre o parentesco, a família, as crianças e a homoparentalidade; e o lançamento de



Organizado pelo Fernando Cascais - que também organizou um curso livre na FCSH da Universidade Nova de Lisboa - espera-se ser o início de uma lança queer na África editorial portuguesa.

PS: O calor impede a sensação de rentrée. Pequenos gestos apenas, acertos mínimos. Por exemplo, este blog deixa agora de ter uma secção "VISTOS" sistemática: passarei a escrever apenas sobre os filmes de que goste (ou que odeie...) e de modo semelhante a qualquer outro assunto de qualquer outro post.

mva | 17:33|