OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


15.8.04  

Teatro de rua.

A entrada do meu prédio é normalmente guardada por funcionários de uma empresa de segurança. Um destes dias, porém, apareceram também polícias, da PSP. Não tardámos muito a perceber que havia ministro no prédio. Questionado, um dos agentes nem sequer sabia quem era o dito membro do governo de iniciativa presidencial. Mais curioso ainda é que @s agentes trabalham por turnos, chegando a haver três diferentes no mesmo dia e muitos mais ao longo de uma semana. Resultado? As portas estão franqueadas, os agentes não conhecem ninguém no prédio, entra quem quer. Mais do que quando havia apenas seguranças. Ora, partindo do princípio de que ninguém quer fazer manifs violentas à porta do Ministro dos Assuntos Parlamentares (??!!) e de que não há indícios de terrorismo contra membros do governo, o que está a PSP a proteger (enquanto o prédio fica menos protegido)? Que ingénuo, MVA: a polícia está a cumprir uma função simbólica que se resume em dizer a toda a gente que ali há ministro e em convencer o ministro de que é ministro. Além disso, o ministério do dito ministro está a gastar um balúrdio. Ninguém ganha, toda a gente perde. A não ser que tudo isto seja uma performance que pretende fazer uma metáfora do governo PSL....

mva | 15:22|