OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


30.6.04  

Um beijo (ainda) é um acto rebelde.

Primeiro recebi um mail que dizia isto: « Um jovem casal de namorados gay foi ontem ao início da tarde ameaçado e humilhado por três agentes da polícia municipal, por se encontrar a namorar no relvado do Parque Eduardo VII, tal como faziam vários casais heterossexuais à mesma hora (...)Os agentes abordaram o casal alegando ter recebido ?queixas? pelo facto de se encontrarem ali homossexuais a namorar, sobretudo por ali ?se encontrarem crianças?. ?Não sabem que isso é proibido em Portugal?? e ?vão fazer isso para casa?, foram outras das frases utilizadas pelos agentes (...) Face à recusa dos jovens em abandonar o local, reivindicando o seu direito à livre expressão de afecto, os agentes policiais encostaram a uma parede um dos membros do casal, ameaçando-o fisicamente, e acabaram por forçar os dois jovens a abandonar o local. Face à exigência de que mostrassem a sua identificação, os agentes ocultaram-na.»

No dia seguinte, via Renas, vi isto no Solidão: «?Atentado à moral pública?. Esta expressão foi hoje invocada por um polícia para me expulsar a mim e ao meu namorado dos jardins da Gulbenkian.»

"Isto está bonito, está", como é costume dizer-se. É fundamental que estes polícias e seguranças sejam confrontados com queixas. Mas é igualmente fundamental que instituições como a Fundação Gulbenkian tomem medidas. Ficam os contactos.

mva | 15:55|