19.6.04
A avenida é da liberdade.
No lançamento de um livro sobre esgotos, e tendo algures por pano de fundo o caos da "construção" do túnel das Amoreiras, PSL diz ser contra a marcha lgbt na Av. da Liberdade. Ele sabe que o argumento colhe junto dos alienados - as pessoas que acham que o trânsito é o maior (e se calhar único) valor a preservar em Lisboa. Sabe, também, que ao dizer que a avenida deve ficar reservada para datas especiais nacionais e eventos desportivos, está a dizer que a marcha lgbt não tem valor cívico. O cidadão comum não sabe que as marchas lgbt têm décadas nos países democráticos e fazem parte das manifestações de cidadania anti-discriminatória e inclusiva - de sindicatos, como o 1º de Maio, de mulheres, de anti-racismo, etc. E sabe que as pessoas não sabem que a rua, o espaço público, é de todos e que a interrupção do sagrado trânsito é um custo da democracia (e baixo, sobretudo a um sábado, na Av. da Liberdade...). E sabe que muita gente engole argumentos sobre segurança, desde que se agite, a partir de misteriosas fontes, o fantasma de skins ou hooligans, quando a polícia existe justamente para proteger os cidadãos e o seu direito de manifestação. PSL sabe isto tudo e é por isso que as suas declarações - proferidas entre um esgoto e um túnel abandonado - devem ser desprezadas e viradas do avesso: obrigado pela publicidade!
mva |
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