OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


14.5.04  

Felizes.



A propósito do lançamento do livro do Rui Zink, ontem a Leonor Areal e eu estivemos num visionamento do seu filme (dela) Geração Feliz, sobre o movimento Felizes da Fé, inspirado pelo Rui (e seguido em S. Francisco pelo Rigo, de que falei posts abaixo) que agitou as ruas nos finais dos 80 e inícios de 90. Fiquei espantado - mas bem espantado - com o interesse dos jovens pela coisa. E caí na real quando me vi a ter que dar explicações sobre o que foram os oitentas, o cavaquismo, and so on. Talk about getting old! Como resumo de geração, é simples: já não éramos "da geração de sessenta" e do revolucionarismo pós-25 de Abril, mas ainda não éramos (nem viemos a ser) yuppies ou neo-liberais. Daí essa espécie de experimentação com o pastiche, o bricolage, a BD, a série B, a cultura pop, etc. A ideia, no fundo, era que os Grandes Programas Ideológicos de Transformação do Mundo não nos interessavam, nem o Pensamento Único Neo-Liberal. Andámos por ali (in)felizes durante uns tempos, às apalpadelas - e ainda andamos.

mva | 12:49|