14.4.04
Uma questão de modernidade.
Margarida Neto, governante para a área da família, dá uma entrevista ao Público. A certo ponto fala da importância do trabalho a tempo parcial e todo o seu discurso tem por referência as mulheres. Nem lhe ocorre que os homens possam/devam ficar em casa também. Este é apenas um pequeno exemplo de um discurso não-moderno. MN nem sequer vai muito longe em reaccionarices explícitas - mas é por isso mesmo que se percebe a força e a resistência desta pré-modernidade.
No Reino Unido, o Partido Conservador organiza, agora, o seu sector gay. No País Basco, o governo - que não é de todo progressista - anuncia numa página inteira da Zero, o seu serviço de apoio a lgbts. Algo de semelhante não está sequer nos planos do nosso governo. Mas o meu "ponto" é que tão-pouco estaria nos planos de um governo do PS. E o que isto significa é que, mais do que a diferença direita-esquerda, temos um problema de diferença entre não-modernidade e modernidade. Ao ponto de, nos discursos correntes das pessoas "com aptidão de governo" no nosso país se reproduzir com certeza a frase de senso comum sobre as "modernices".
mva |
10:01|
|