OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


23.4.04  

Uma isildice pegada.

Uma das pessoas que manifestou "repugnância" na sua declaração de voto em relação à alteração do artigo 13 foi a deputada Isilda Pegado do PSD. Tenho agora uma nova palavra no meu vocabulário. Vai ser possível dizer: "Que isildice!", "Que isildice pegada!", "Não sejas isilda...", ou "Hoje 'tou muito isilda...". (note-se que está com i pequeno, para não haver processos...). Isilda Pegado tinha recebido uma delegação da ILGA-Portugal no dia 18 de Março, justamente para conversarem sobre a revisão constitucional. A rapaziada e a raparigada deve ter assustado a deputada...

Algumas isildices:

Em 2003, esta senhora do Comunhão e Libertação já tinha dito ao Público (vem na página do Juntos pela Vida) que «O facto de o aborto ser penalizado tem acima de tudo o principal objectivo de declarar que o Estado português defende ao mais alto nível a vida humana, é uma questão cultural e de civilização, a protecção do direito à vida», disse, considerando não haver lugar a excepções. "Senão caímos na barbárie", acrescentou.

Num lindo e mui bem escrito artigo para a Associação de Famílias Numerosas, dizia que «Falar do aborto como um direito da mulher é uma mentira. Antes da mãe está o filho. O direito que se arroga a mãe nasce da gravidez. Só há gravidez porque há filho.» (what?)

Numa outra área que lhe inspira repugnância, «A deputada social-democrata Isilda Pegado acrescentou, por sua vez, que "distribuir seringas significa que se reconhece a existência de droga" nas cadeias e funciona como um "prémio para os mais malandrecos" que conseguem introduzir estupefacientes no meio prisional.» (in Portal das Ciências Farmacêuticas)

mva | 10:12|