OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


2.3.04  

VISTOS.

No dia dos Oscars fomos ver dois filmes, para estarmos a par. Primeiro, Cold Mountain, depois Monster.



Surpreendentemente, gostei muito do primeiro, pelo repegar do filme "clássico" mas com nuances modernas, sem ser a simples citação-brincalhona-de-géneros, como em Kill Bill e tantos outros. E surpreendeu-me sobretudo Jude Law, que tinha por surfista-type (vá-se lá saber porquê) e aqui me pareceu mais maduro como actor - e bonito. Zellweger, embora com piada quando a sua personagem alivia a tensão do filme ao aparecer, fica histriónica demais. E para a Kidman confesso que não tenho grande inclinação.



Monster assustou-me. Não fui à bola com a transformação da sul-africana: achei despropositada, freaky, como que a querer dizer que a actriz é tão bela que tem de fingir ser feia para ser credível (o que é uma forma de se reafirmar bela...). Pareceu-me, no fundo, um truque comercial para ganhar Oscar (e assim foi...). Mas que a história é forte é, não moralista e crua.



À noite, ainda bem que não passei das três da manhã a ver os Oscars: é que as 11 nomeações e respectivos 11 prémios para o Senhor dos Anéis são mesmo o cúmulo, o triunfo dos geeks e do grau zero da imaginação. Para mais, quando o P me disse que a transmissão foi feita com 5 segundos de delay, por causa da mama da Jackson (instituindo assim a censura prévia) fiquei em transe. E para o ano vamos ter que aturar o neo-fundamentalismo do Mel Gibson e do seu Cristo branquinho de olho azul...

mva | 00:34|