OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


30.3.04  

VISTO.



The Station Agent. Estou mesmo em onda de sorte com os filmes. Este é simplesmente uma pérola: de economia, de humanidade, e daquela mistura difícil entre realismo quase cínico com esperança humana sem rebuçado (isto faz sentido?). Acho que ninguém falou do filme e ele deve estar a desaparecer do seu cantinho escondido nas catacumbas desconfortáveis e bafientas do Quarteto em Lisboa. O anão magoado e introspectivo, a mulher que perdeu o filho e não quer que a vejam a chorar, e o cubano-quase-português desejoso do contacto humano como só na infância. No folheto que distribuem no Quarteto, um artigo do L. A. Times cita Schopenhauer: "As pessoas e os porcos-espinhos são muito parecidos. Gostam de estar próximos pelo calor e companheirismo, mas também mantêm uma certa distância para evitarem implicar [picar...] uns com os os outros]."

mva | 11:34|