OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


13.3.04  

MEDIAWATCH.
O macho à espreita.




Há muito tempo que não me magoava tanto um artigo como este de Miguel Sousa Tavares ontem. Atrevo-me a dizer que mais do que os de Luíses Villas-Boas. Porquê? Justamente porque MST não é LVB. Há coisas em MST - e posições que por vezes toma - que me fazem sentir que ele é uma pessoa "do meu mundo", cultural, social e até, às vezes, politicamente. É por isso que magoa o machismo dos comentários sobre Ana Drago;é por isso que magoa o seu desprezo pelo direito das mulheres ao seu corpo; é por isso que magoa vê-lo subscrever teorias naturalizantes sobre os homossexuais e, logicamente, sobre os seres humanos. O machismo não é apenas o folclore da bravata masculina nalguma taberna; o machismo é quando o ser macho (em vez de simplesmente homem) aflora, através do menosprezo pelos outros, como verdadeira identidade de poder que é.

PS: Não sou fã de argumentos sobre a homossexualidade entre os animais, porque acho que ficam prisioneiros da lógica que pretendem atacar - a da naturalização. Mas apetece informar MST que são raríssimas as espécies, sobretudo entre os mamíferos (que "nos" são mais próximos) em que um "casal" (macho e fêmea progenitores) criem os filhotes em conjunto. Mais comum é encontrar-se um dos seguintes arranjos: fêmea sozinha; várias fêmeas com várias crias; grupo e crias.

mva | 14:30|