OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


21.3.04  

LIDO.



O ensaio de Fernando Rosas lê-se de uma vez só. Consegue aquilo que se pede a um historiador quando pretende divulgar os conhecimentos para um público mais vasto: a sensação de compreendermos o que de outro modo pareceria uma sucessão de acontecimentos caóticos. Neste caso ficamos com uma noção clara das persistências portuguesas em termos de opções políticas e grupos sociais que as apoiam - do fim da Monarquia até à "normalização" de 1975. É aqui que ficamos a desejar mais - sobretudo porque as elites portuguesas já não são apenas a continuação daquelas tendências do tempo longo. Se calhar é por isso que elas tentam agora rever a História: já repararam como anda por aí um discurso que diz que a raiz dos problemas do país foi a revolução de 74? Rosas também percebeu isso e este ensaio serve como "acção preventiva" para o discurso da nova direita...

mva | 19:09|