OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


8.2.04  

VISTO.



Être et Avoir. Fico contente por ver o documentário chegar às grandes salas comerciais. Talvez por causa da antropologia, tenho uma simpatia muito grande pelo género documental (e não sou só eu - muitos alunos e jovens antropólog@s partilham esta simpatia). Mas este filme tem uma mensagem escondida. Mostra a relação pedagógica entre um professor e os seus alunos, criancinhas ainda. Mas aquilo que me tocou foi sentir que o grande investimento daquele professor era na ética: do trabalho, do respeito mútuo, da transparência.

Além disso, a "acção" tem lugar numa aldeola do Auvergne. Os miúdos impressionaram-me pela sua calma. Não parecem ter aquela espécie de "enervamento" que vejo na maior parte das crianças por cá: uma espécie de energia que roça a histeria, uma desatenção que nada tem a ver com o sonho, mas sim com o short span do tempo televisivo e consumista.

Aquela qualidade de Yoda que os miúdos às vezes têm - ficarem parados, olhando para uma coisa insignificante como se fosse a mais importante do mundo, falarem para si próprios ou para amigos imaginários - já a vejo pouco. E é pena. Porque é uma qualidade humana espantosa - e dificílima de guardar para o resto da vida.

mva | 21:50|