28.2.04
Quando eles saem à rua...
Das manifestações de "donas de casa" batendo em panelas contra o Allende no Chile pré-golpe até esta que se anuncia, "silenciosa" (como a maioria silenciosa do Spínola contra a revolução de Abril, alguém mais mature se lembra?), a direita-direita que quer impor aos outros as suas opções religiosas manifesta-se nas ruas muito de vez em quando. Mas quando o faz, fá-lo com o azedume de quem se viu obrigado a sair do sofá. Quando "eles" descem à rua, podemos ter a certeza de uma coisa: a sociedade está mesmo crispada e dividida. Como foram eles que inventaram a balela de que as ideologias acabaram, de que acabou a diferença esquerda/direita (porque isso lhes dá jeito, sobretudo no plano político-económico), não se queixem agora se a política for feita em torno das questões dos estilos de vida, das identidades e dos direitos de cidadania. Estas manifs não são a favor dos embriões: são contra quem quer direitos modernos (quem tenha ontem visto o homem do "Maternidade e Vida" no debate na NTV sobre adopção por homossexuais sabe o que digo. Ele vai lá estar, com certeza, ofegante e vermelhusco (salvo seja), walking for the embryos...)
mva |
12:06|
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