4.1.04
Homofobiazinhas.
Na noite de passagem de ano, à porta do Centro Comunitário Gay e Lésbico de Lisboa, um grupo de jovens passa. Um deles, com sotaque brasileiro, começa a fazer uma pequena performance, imitando estereótipos de gays efeminados. Pergunto-lhe, gritando do outro lado da rua, se ele tem algum problema. Não responde e o grupinho segue. Arrependi-me de não lhe ter dito que ele - e não eu, por mero acaso e falta de treino - tem imenso jeito para ser efeminado...
Mais tarde, e no mesmo sítio, um negro com sotaque africano, e já bêbedo, quer entrar na festa. É-lhe dito que era privada (e era). Ele pergunta "é só pra paneleiros"?. So much for intra-minority solidarity, right?
No dia de Ano Novo, num restaurante, alguém na mesa ao lado diz, já não sei a propósito de quê, "Príncipe Real é pior que mudar de sexo!". O P irrita-se e responde. Uma das pessoas da mesa diz que se trata "de opiniões". O P ainda pede desculpe por estar a "meter-se" na conversa. Deixemos de lado o facto de muitos restaurantes lisboetas terem o péssimo hábito de juntar diferentes grupos de convivas praticamente na mesma mesa (mesas compridas com simbólicas fronteiras de 10 cm entre si): o problema é que as opiniões, mesmo quando emitidas na suposta "privacidade" duma mesa de restaurante, afectam os outros. Afinal, o Hitler também era da opinião que os judeus eram uma raça inferior.
Em dois dias, três episodiozinhos. Já para não falar do efeito "pedagógico" que deve ter o facto de as TVs noticiarem ad nauseam que o Herman José está acusado de actos homossexuais com adolescente...
Ai, eu emigro, emigro...
mva |
19:00|
|