OS TEMPOS QUE CORREM. Miguel Vale de Almeida


31.12.03  

To be gay or not to be gay.

Uma interessante discussão tem decorrido nos últimos dias em vários blogs de temática lgbt (demasiados para blinkar aqui!). Foi despoletada pela opinião de Alexandre Monteiro sobre o boom de blogs lgbt. As reacções foram, a meu ver, muito positivas, pois denotam que há um assinalável grau de consciência lgbt.

Eu resumiria a questão assim: enquanto ser lgbt for fonte de discriminação, há toda a razão para existirem espaços de comunicação que se identificam como lgbt; enquanto ser lgbt for alvo de silenciamento e ocultação, há toda a razão para existirem espaços de comunicação que apresentem / representem as existências lgbt; e enquanto houver quem viva na ilusão liberal de que não há discriminação e de que os lgbts aborrecem com a sua excessiva expressividade (e que tudo é uma questão de valores pessoais, logo "se eu não tenho preconceito contra os lgbts é porque o preconceito não existe), há toda a razão para espaços de comunicação lgbt.

Sobretudo, isto: é impossível introduzir uma lógica de simetria nestas questões assimétricas: a discriminação dos homens não se compara à das mulheres, nem a dos brancos à dos negros, nem a dos ricos à dos pobres, nem a dos heteros à dos lgbts (já repararam como os exemplos de discriminação de heteros por lgbts se referem sempre a situações de ambientes nocturnos lgbt ou rodas de amigos? Big deal!).

mva | 14:45|