25.10.03
É assim mesmo
Às vezes Augusto Santos Silva pode parecer demasiado "certinho", legalista e "republicano"; não é tão truculento como outros cronistas, ou apaixonado. Mas é isso que gosto nele, tanto como sociólogo como enquanto político. E tem toda a razão no Público de hoje. Eu até diria mais: maldito país onde se assiste a uma cada vez maior impossibilidade em descobrir os culpados (no caso Casa Pia) ao mesmo tempo que a principal actividade parece ser destruir a oposição. Ninguém fala do óbvio: o fim da democracia através de TVs controladas por interesses políticos e económicos, em aliança com magistrados justiceiros e populistas, deixando que, na sombra e no silêncio, funcione o pior, mais nefasto, incompetente e perigoso governo da segunda república.
A questão é que se chegou ao ponto em que só os tontos ou os cínicos é que podem continuar a dizer que se deve deixar "a justiça funcionar" e se deve separar os aspectos judiciais dos políticos. Que lata! Como se tivessemos sido nós, cidadãos, a fazer a confusão entre as duas coisas, enquanto Durões, Cardonas, Bagões, Portas e quejandos lavam as mãos, assobiam para o ar, e destroem alegremente a frágil construção de Lego que é esta República...
mva |
11:53|
|